Entre os dias 10 e 12 (junho), coordenadores dos sítios de pesquisa do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD) e do Projeto de Comunicação Pública da Ciência para o Programa PELD (PeldCom), comitê científico e membros da gestão do programa se reuniram para mais um ciclo de acompanhamento e avaliação da chamada PELD 2020, identificando importantes avanços na integração dos resultados das pesquisas. Foi a XIII Reunião de Acompanhamento e Avaliação do Programa PELD realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na sua sede, em Brasília

A solenidade de abertura, que apresentou um “restrospecto e prospecto” sobre o PELD, pelo professor Thomas Lewinsohn, membro do comitê científico, contou com a presença de Marcela Aboim , coordenadora de Programas e Projetos para Serviços Ecossistêmicos – MCTI e  de representantes do CNPq, Raquel Coelho, Diretora Adjunta – DCAD/CNPqe Fabíola Siqueira, coordenadora técnica dos Programas de Pesquisa em Ecologia e Biodiversidade – COEBI. As manifestações ressaltaram em uníssono a importância e a luta para manter um programa com a longevidade do PELD, que se constitui como uma ação estratégica do CNPq ao criar, há 27 anos, uma rede de sítios de referência em ecologia de ecossistemas, cujo crescimento se expressa nos 45 sítios de pesquisa distribuídos por todos os biomas brasileiros.

As atividades da reunião foram realizadas por uma metodologia que incluiu grupos de trabalhos, apresentação de pôsteres, sessões plenárias e atividades de divulgação científica. Nos Grupos de Trabalho foram desenvolvidas importantes discussões das sínteses produzidas desde a última reunião de avaliação, ocorrida em João Pessoa (PB), em julho de 2022. Os resultados renderam grande satisfação aos integrantes da avaliação, visto a importância que a mesma representa no entendimento dos efeitos naturais e antrópicos para os sistemas estudados.

As sessões de pôsteres, apresentadas pelos pesquisadores, trouxe nova oportunidade para que coordenadores de projetos com menor interação pudessem acompanhar resultados de outros sítios, propondo novos diálogos e entrosamentoentre si. O fim de cada dia de reunião foi marcado por potentes reflexões sobre o crescimento e contribuição das pesquisas de longa duração, para o enfrentamento dos desafios atuais, como os impactos das mudanças do clima sobre o funcionamento dos ecossistemas e a ampliação/fortalecimento do apoio do Programa a tomadores de decisão.

PELD e Sociedade 

Outra ação que movimentou a XIII Reunião de Avaliação diz respeito ao incentivo do programa à interação da sociedade com o conhecimento produzido pelos sítios PELD. O programa é pioneiro na convocação de um projeto de comunicação para desenvolver estratégias de aproximação entre os sítios de pesquisa e a sociedade. Na reunião de avalição, foi ofertada mais um treinamento para os pesquisadores – o décimo desse ciclo – dessa vez, apresentando um Guia de Comunicação desenvolvido especialmente para o programa.  

Entre as atividades de divulgação científica, os pesquisadores participaram, dentro do SESI-LAB, da atividade “Papo com Cientistas” que incentiva pesquisadores PELD a conversarem com estudantes da rede pública, de forma descontraída, sobre a ciência que produzem. Para Alessandra Brandão, coordenadora do PeldCom, um dos objetivos da ação é aproximar a sociedade, eliminando visões distorcidas sobre a ciência, entre elas, a que só “gênios” podem produzir conhecimento. Para isso, apresentamos a ciência como “a grande aventura humana de gerar conhecimento seguro sobre o mundo e que todos podem contribuir”, comemora a jornalista.

Breve histórico

O PELD é uma iniciativa coordenada pelo CNPq; já lançou seis chamadas públicas desde 1999 para seleção de sítios de pesquisa, nas quais novas parcerias vêm sendo incorporadas ao programa. O MCTI, a CAPES, o CONFAP-FAPs e o Fundo Newton são prceiros importantes que tem fomentando esse importante Programa estratégico, coordenado pelo CNPq. O programa é membro da International Long Term Ecological Research/Rede Internacional de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (ILTER), desde 1998, cuja finalidade é a de “aumentar a compreensão sobre ecossistemas globais e propor soluções para problemas ambientais atuais e futuros”, a partir de uma visão de mundo em que a ciência “ajuda a prevenir e solucionar problemas ambientais e sócio-ecológicos”, congregando atualmente 40 países-membros e suas redes nacionais de pesquisa. 

Estudos ecológicos de longa duração são necessários para a investigação de processos e fenômenos naturais cujas explicações somente podem ser percebidas e entendidas após longos períodos de medição (geralmente não inferiores a 10 anos). Assim, são pesquisas fundamentais para compreender os efeitos e impactos de mudanças do clima e de ações antrópicas sobre o funcionamento dos ecossistemas ou para avaliar o efeito da introdução de Organismos Geneticamente Modificados ou de espécies exóticas invasoras na dinâmica populacional de espécies da fauna e flora nativas.

Acesso às imagens:
https://photos.app.goo.gl/JHXtDYZJ1zd8Ua9G8

Matéria produzida pelo Projeto PELDCOM

Coordenação Geral: Alessandra Brandão

Coordenação Executiva: Carol Salgado

Texto: Márcia Dementshuk

Edição: Márcia Dementshuk

Fotos: Acervo PELD