Um marco na pesquisa sobre a Canga: a equipe do PELD CRSC (Programa de Estudos em Paisagens Costeiras e Rupestres) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alcançou um feito marcante. Seu estudo sobre as plantas e o solo em ecossistemas de campo rupestre ferruginoso foi publicado na capa da revista Journal of Mountain Science. E não parou por aí! A pesquisa também repercutiu em reportagem para TV.
Foto: Museu Paraense Emílio Goeldi – https://www.museu-goeldi.br/noticias/o-mais-completo-estudo-sobre-a-flora-das-cangas-de-carajas
A Canga, também conhecida como campo rupestre ferruginoso, é um bioma encontrado na Serra do Espinhaço (MG) e na Serra dos Carajás (PA), se destaca por suas características desafiadoras: temperaturas extremas, solos rasos e pobres em nutrientes e alta concentração de ferro. Apesar das condições áridas, abriga uma rica biodiversidade de espécies raras e endêmicas, adaptadas à sua rigidez.
Foto: Geraldo Wilson Fernandes | UFMG
O estudo, liderado pelo professor Geraldo Wilson Fernandes, mapeou 9 mil metros quadrados de Canga e identificou três tipos principais de habitats: a canga nodular e couraçada, as lagoas temporárias e o candeal. Em cada um, os pesquisadores analisaram as espécies de plantas e sua relação com o solo, revelando as características únicas de cada ambiente.
A pesquisa fornece um mapa detalhado da flora da Canga, identificando as espécies vegetais mais representativas de cada habitat. Essa informação é fundamental para orientar ações de restauração ecológica eficazes. Ao conhecer a composição florística original de cada tipo de Canga, é possível selecionar as espécies nativas mais adequadas para recuperar áreas degradadas.
O estudo mostra que é importante restaurar cada tipo de Canga de forma específica. Usar um método padrão pode não funcionar e até prejudicar a biodiversidade. Conhecer as plantas e o solo de cada habitat permite criar projetos de restauração adaptados a cada ambiente, respeitando suas características e aumentando as chances de sucesso.
Há, também, uma necessidade de revisar as políticas públicas de restauração da Canga. O modelo atual, baseado em métodos padrão, pode não funcionar porque não leva em conta as diferenças de solo e de plantas entre os diferentes habitats da Canga. É importante adotar estratégias de restauração feitas especialmente para cada tipo de ambiente para proteger a biodiversidade única do bioma.
Reconhecimento Internacional e Repercussão na Mídia:
A publicação na capa da revista Journal of Mountain Science reforça o reconhecimento internacional da pesquisa do Peld CRSC. Além disso, a pesquisa também repercutiu no programa “Bom Dia MG”.
Confira:
- Artigo completo: https://link.springer.com/article/10.1007/s11629-023-8333-x
- Reportagem G1: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/bom-dia-minas/video/pesquisadores-da-ufmg-desenvolvem-projeto-que-pode-ajudar-o-reflorestamento-12555010.ghtml
- Journal of Montais Science: Volume 21, Issue 3 | Journal of Mountain Science (springer.com)
Matéria produzida pelo Projeto PELDCOM
Coordenação Geral: Alessandra Brandão
Coordenação Executiva: Carol Salgado
Texto: Jheniffer Calado – Graduanda
Edição: Márcia Dementshuk
Edição eletrônica: Julia Magalhães – Graduanda
Fotos: PELD CRSC
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