Nova espécie de fungo é descoberta em Santa Catarina

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7 de março de 2024

Estudo do PELD BISC é o segundo na história do Brasil a tratar de fungos do gênero microglossum

Microglossum azeurum, encontrado na serra catarinense. Foto: Luis Funez/PELD BISC

Ainda bem que existem fotografias, porque esse fungo azul da foto é extremamente raro em terras brasileiras. O Microglossum azeurum foi descoberto pelo pesquisador Luis Funez, do PELD BISC, nas matas nebulares de Urubici, na serra catarinense. É uma espécie nova para ciência, de um gênero que ocorre muito pouco no Brasil. E o mais legal de tudo: a partir da pesquisa do professor Funez foi possível encontrar mais 3 espécies novas desse fungo espalhadas pelo país!

Antes de encontrarem essa espécie, somente um exemplar de fungo do gênero microglossum havia sido coletado e descrito no Brasil, há 70 anos. Quem encontrou ele foi ninguém mais, ninguém menos, que Johannes Rick, conhecido como o “pai da micologia brasileira”. Após as análises morfológicas e a constatação de que era uma espécie nova, Funez foi procurar em fóruns e redes sociais se mais alguém tinha dado a sorte de encontrar um exemplar desse.

Com essa troca de ideias, dois pesquisadores estrangeiros, que estão estudando aqui no Brasil, também tinham avistado fungos parecidos com o identificado em Santa Catarina. Um na Bahia – pelo russo Alex Popovkin, e outro no Mato Grosso, na região da Floresta Amazônica- pela alemã Susanne Sourell. Eles enviaram as amostras para o pessoal do BISC, e foi confirmado, eram mais duas espécies novas para a ciência!

“Encontrar um Microglossum é quase um delírio, um unicórnio fúngico. Eles são pequenos, coloridos e aparecem em lugares imprevisíveis em longos intervalos de tempo. Alguns autores descrevem 12-15 anos, outros descrevem mais de 50 ou 60 anos! Ou seja, talvez tenha sido a primeira e última vez que eu me deparei com uma maravilha dessas. Fico extremamente feliz por ter tido esse momento e poder ter trazido isso à luz da ciência”, explica Luis Funez, do PELD BISC.

Em determinado momento, Funez reparou que 90% dos exemplares já coletados pela ciência de microglossum no Brasil estavam na mesa de trabalho dele. “As pessoas não costumam reparar em coisas tão pequenas, no chão. Às vezes até olham, tiram uma foto, mas acaba que não coletam o material, aí fica muito difícil de ser amostrado”, pontua.

No hemisfério norte, o estudo e encontro desses fungos é mais comum. Apesar de serem raros, o que as descobertas da pesquisa indicam é que eles podem surgir em diversos lugares do Brasil. Deu para reparar que tem muito nome estrangeiro nessa história, não é? O grupo de Funez foi o primeiro composto por brasileiros a descrever e sequenciar o microglossum no Brasil. O artigo completo está disponível aqui.

PELDCOM

Coordenação: Alessandra Brandão

Texto: Julia Magalhães – Graduanda

Edição: Márcia Dementshuk

Foto: PELD BISC

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