PELD ILOC inicia expedição extra para monitorar o branqueamento de corais

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16 de abril de 2024

Pesquisa acontece de 17 a 21 de abril, em Fernando de Noronha, e será coberta pelo PELDCOM

O PELD Ilhas Oceânicas (ILOC) dá início nesta quarta-feira, 17 de abril, a uma expedição extra para acompanhar a situação de branqueamento dos corais em Fernando de Noronha (PE).  Todo esse percurso será acompanhado e atualizado em tempo real pelo ILOC e pelo PELDCOM, numa série intitulada “Diário de Expedição – O pesquisador em Noronha”.

Dados coletados pelo projeto apontam que o local está em alerta de nível 1 no índice de branqueamento da Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte-americana, a NOAA. Isso tem sido causado por alterações climáticas, que ocasionaram um aumento na temperatura do mar. A expedição irá até domingo, dia 21 de abril.

Esse estudo  visa monitorar a saúde dos corais e de outros componentes recifais, como as zooxantelas (algas associadas aos corais) e a comunidade bentônica como um todo (grupo de seres vivos que habitam nos recifes).

Falando em clima…

Às vezes ele nos pega de surpresa, né? Quem sabe muito bem disso são os pesquisadores do PELD responsáveis pela expedição, Marina Sissini, pós-doutoranda da Universidade Federal Fluminense (UFF), e o professor Dr. Paulo Horta, da Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Isso porque era para o projeto ter acontecido na semana passada, entre os dias 9 e 13 de abril, mas alguns perrengues climáticos aconteceram: Marina e Paulo saíram de Florianópolis no dia 9 e tinham uma longa viagem aérea até Noronha, passando por escalas em Belo Horizonte e Recife. 

Quando o voo estava chegando à ilha pernambucana, a tripulação deu a notícia: devido a grande quantidade de chuva que caía, era impossível pousar em Noronha. O avião, então, deu meia volta para Recife. 

Infelizmente, não era o caso de se esperar mais umas horinhas no aeroporto… A chuva não deixou que nenhum avião pousasse em Fernando de Noronha durante toda a semana passada. E para completar o perrengue, os pesquisadores só conseguiram chegar em casa no outro dia. Na volta frustrada para o sul, não deu tempo de pegarem o avião para Floripa há tempo, foram encaixados para o próximo voo, já no dia 10. 

Nunca é fácil chegar em uma ilha oceânica, e a pesquisa é sempre cheia de desafios!

Mas, nesta semana deu tudo certo, não se preocupe! Marina e Paulo já estão na ilha. Confira mais sobre essa viagem neste episódio do Peldcast.

O monitoramento anual do ILOC ocorre entre setembro e outubro, mas devido a um fenômeno extensivo de branqueamento causado por anomalias térmicas, que já atinge boa parte da costa brasileira, a expedição foi adiantada a convite do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Fernando de Noronha. A pesquisa também conta com o apoio da Rede Coral Vivo, que monitora a saúde dos recifes coralíneos em todo o país, e da Operadora de Mergulho Sea Paradise, cujo proprietário faz parte da rede de cientistas cidadãos do PELD ILOC. 

Os mergulhos para observação e amostragem da situação irão ocorrer em: Ressurreta, Ilha do Meio, Cagarras, Ponta da Sapata, Laje Dois Irmãos e Baía dos Golfinhos. Na Baía dos Golfinhos será feita  a manutenção da bóia oceanográfica do PELD ILOC, que transmite em tempo real os dados de temperatura da superfície e do fundo. Através dela, é possível checar à distância o momento ideal para realizar este monitoramento.

A expedição pode ser acompanhada pelas redes sociais nos perfis @peld_iloc e @peldcom e pelo site do Peldcom.

O que está acontecendo com os corais?

No início de março, a NOAA emitiu um comunicado que alertava para uma onda de branqueamento de corais devido ao aumento da temperatura do mar. Na costa brasileira, este fenômeno está sendo detectado em trechos que vão do Espírito Santo ao Rio Grande do Norte. A gravidade da situação dos corais é medida pela agência em 2 níveis, sendo o nível 1 o menos grave e, o nível 2, o mais preocupante. 

O branqueamento ocorre quando as algas que vivem em uma relação simbiótica com os corais os abandonam, tornando a alimentação desses animais muito difícil, o que pode até levá-los à morte, impactando significativamente todo o ecossistema marinho. Entenda mais aqui.

Além do ILOC, os PELDs costeiro-marinhos TAMS, CSB, CCAL, ABRS e HCES também estão realizando um monitoramento constante da situação. 

PELDCOM

Coordenação Geral: Alessandra Brandão

Coordenação Executiva: Carol Salgado

Texto: Júlia Magalhães – Graduanda

Edição: Márcia Dementshuk

Arte: Jheniffer Calado

Foto: PELD ILOC

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